O que é laje treliçada?
Laje treliçada é uma estrutura pré-moldada com a armadura em aço em formato de treliça preenchida com concreto na sua base formando uma vigota que irá suportar o peso de toda a estrutura (enchimento, ferragem negativa e capa de concreto) e após a concretagem unirá todos os seus elementos.
As lajes treliçadas, também conhecidas como laje pré-moldada ou pré-laje, devem seguir um rígido padrão de qualidade o que lhe confere segurança.
Só para você saber #1
As especificações técnicas da treliça encontram-se na NBR 14862, e a do concreto utilizado na base deve atender às especificações das normas NBR 6118, NBR 8953, NBR 12654 e NBR 12655.
Tipos de lajes treliçadas
Existem no mercado diversos tipos de lajes treliçadas, sendo as principais, a laje treliçada pré-moldada tipo vigota e a laje painel treliçado.
A diferença entre eles é a largura da base de concreto tendo em comum que todas usam como armadura a treliça.
TRELIÇA
A altura da treliça (h) é o fator mais importante, pois é ela que dá resistência à laje, suportando maior peso e vencendo vão maiores.
As treliças em que esses tipos de laje são feitas variam entre 8, 10, 12, 16, 20, 25 e 30 centímetros de altura. É essa altura (h) é que dá maior resistência à laje.
As dimensões mais encontradas no mercado são as treliças de 8, 10 e 12 cm.
Em geral a mais utilizada é a de 8 por seu preço ser menor e suportar vãos relativamente grandes para o padrão da maioria das casas.
Sempre deve se seguir as orientações de especialistas para o seu caso específico.
A maioria dos fornecedores de lajes pré-fabricadas possuem técnicos que podem dar uma ideia da melhor opção.
VIGOTA TRELIÇADA
Enquanto na vigota treliçada tem, em média, uma sapata de 12 a 13 cm por 3 cm de altura no painel treliçado, a sapata de concreto da laje painel vai de 25 cm de até 1,25 metro.
As vigotas treliçadas são produzidas em três comprimentos: 8, 10 e 12 metros, pois a partir dessas medidas é possível obter os comprimentos de vãos mais comuns em projetos.
Embora tenha esses cumprimentos, a vigota é entregue com as medidas específicas da obra.
Além disso, as treliças utilizadas nesse tipo de laje possuem altura (h) diferentes, que variam de 8 cm a 30 cm, o que, junto com o concreto de cobertura, dá maior resistência.
LAJE PAINEL TRELIÇADO
A laje painel é com os mesmos tipo de materiais da vigota, com a diferença da largura da base, ou sapata, e por isso, pode usar um ou mais treliças para dar sustentação.
Para a montagem da laje, os painéis de concreto são colocados lado a lado. Na parte superior, onde está a vigota treliçada, são preenchidos com EPS e posterior concretagem.
A laje painel também pode utilizar as alturas das treliças de 8 a 30 com conforme a exigência da obra e também possuem cumprimento que vão até 12 metros.
Apesar desses cumprimentos a laje é entregue customizada para a obra.
A grande desvantagem desse tipo de laje treliçada é o seu peso para a montagem, tem o custo maior que a vigota e não acrescenta resistência à laje.
Só para você saber #2
Existe no mercado um tipo de vigota que parece com a vigota treliçada, no entanto, é totalmente diferente que a vigota protendida.
A vigota protendida é mais resistente e utilizada em obras que têm vão entre paredes de 10 metros, ou mais, suportando grandes sobrecargas.
Esse tipo de laje tem um processo de construção especial que o aço interno (armadura) é “esticado” por macacos hidráulicos e após a secagem do concreto criam uma tensão tornando a viga mais resistente, usualmente formando um “T” invertido,
Esse tipo de laje ainda é pouco utilizado e uma das maiores desvantagens é o seu preço em relação a laje treliçada.
As vigotas devem manter apoio nas paredes ou vigas periféricas conforme determinado no projeto, ou do técnico responsável, com avanço nunca menor do que 6 cm
Quando usar a laje treliçada
O uso mais indicado da Laje treliçada é nas construções de casas residenciais devido a sua alta resistência, versatilidade, disponibilidade no mercado e, principalmente, o preço.
É indicada, especialmente, para obras onde os vãos entre paredes são inferiores a 10 metros, o que atende 99% das construções residenciais.
Ela ainda pode ser usada como laje piso (quando vai haver a utilizada como piso em um pavimento superior como uma casa de dois andares) ou laje forro (quando só terá o telhado que pode ser embutido ou aparente).
O que varia em termos de uso e resistência, nesse tipo de laje, é a treliça que a vigota é feita.
O enchimento (lajota cerâmico ou concreto), que veremos abaixo, serve apenas como uma forma para a retenção do concreto e não influencia na sua resistência, sendo um material inerte na laje.
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Casa de dois andares ou térrea: Qual a melhor?
Vão máximo da laje treliçada
Vão é a distancia entre os apoios da laje.
A distancia máxima do vão que uma laje treliçada pode ser usada vai depender da altura da treliça, da capa de concreto e ainda da ferragem negativa que será utilizada.
Por outro lado, também influencia se será uma laje piso (que terá outro andar encima) ou laje teto.
No primeiro caso haverá peso sobre a estrutura, sendo necessário um reforço maior do que no segundo caso.
Como vimos acima, as treliças tem altura variadas que vão de 08 cm (H8) até 30 cm (H30). É essa altura que dá maior resistência a laje, quando mais alta a treliça, mais resistente a laje e maior distancia do vão ela suporta.
Assim, em resumo, considerando que a treliça é fabricada com 12 metros, em principio, esse seria o vão máximo que uma laje treliçada poderia ser utilizada considerando os fatores acima (Altura, ferragem negativa e capa de concreto).
Procure orientação especializada para o seu caso particular.
Qual enchimento da laje treliçada é o melhor ?
O enchimento da laje treliçada pode ser feito com lajotas especiais de cerâmica, de concreto, ou placas de EPS.
Observe que, o que dá resistência à laje, não é a lajota cerâmica ou de EPS e sim a treliça, a ferragem negativa e a cobertura de concreto.
Apesar de não ser necessária para a resistência da laje, a boa qualidade do material de enchimento é importante para a fase de montagem e concretagem da laje, uma vez que é eles que sustentam o concreto fresco.
Laje treliçada com cerâmica ou concreto
As lajotas de cerâmica são feitas nas olarias a partir da extração da argila, amassamento com a água, moldagem das peças, secagem e cozimento em fornalha em altas temperaturas.
As principais vantagens do preenchimento com lajota de cerâmica são:
- Facilitam o trânsito sobre a laje durante a sua montagem;
- Tem menos quebra durante a montagem;
- Tem menos vazamento na concretagem;
- Tem maior aderência do reboco na hora do acabamento.
As principais desvantagens do enchimento com lajota de cerâmica são:
- O peso sobre a estrutura;
- A velocidade de montagem é menor;
- Desgaste físico maior dos trabalhadores devido ao esforço;
- Maior risco maior de acidente na obra em razão de queda da lajota sobre o trabalhador na montagem e concretagem.
Laje treliçada com EPS
A laje treliçada com EPS (sigla internacional do poliestireno expandido) tem a mesma função da cerâmica. A única diferença é o enchimento, que, nesse caso, é feito com placas de EPS.
Fala-se que o custo da laje treliçada usando EPS é mais barato que o lajota cerâmico, porém a diferença de preço é mínima.
As principais vantagens do preenchimento com EPS são:
- O peso, que alivia muito a carga sobre as estruturas, o que pode até reduzir os custos da fundação;
- A velocidade na montagem é muito maior com EPS que é mais leve e as lajotas são 3 vezes maiores;
- A cobertura preenchida com EPS tem conforto térmico muito maior que o cerâmico, ajudado a reduzir o consumo de energia elétrica;
- Alto grau de isolamento acústico e térmico.
As principais desvantagens do preenchimento com o EPS são:
- Para o reboco é necessário usar aditivo próprio para EPS, que não vai onerar a sua construção;
- Deve-se ter um cuidado especial na concretagem para não concentrar muito concreto em um só lugar, sob o risco de quebrar e vazar concreto. Em geral, se o concreto for bombeado os profissionais que irão concretar tem experiência e isso não chega a ser necessariamente um problema;
- A montagem da laje também requer um cuidado especial devido a facilidade com que esse material se rompe. No entanto, a experiência dos profissionais supera esse problema.
Concluindo, fazendo uma comparação, o EPS tem muitas vantagens que superam o lajota cerâmico.
Quais as principais vantagens da laje treliçada?
Lembramos que as lajes treliçadas já foram aprovadas pelo tempo de uso e pelas normas técnicas.
Além disso, esse tipo de laje é encontrada em quase todo o Brasil e todos os profissionais sabem trabalhar com esse tipo de laje..Dessa forma não é só questão de preço que faz a escolha da laje treliçada ser a melhor.
Entre outros motivos temos as seguintes vantagens:
- Velocidade: devido a simplicidade da execução e montagem das peças, é possível acelerar o andamento da obra.
- Qualidade: como é industrializada e utiliza alta tecnologia empregada na produção, ela proporciona um ganho de qualidade muito maior que a laje tradicional.
- Personalização: a laje treliçada por se adequar às necessidades individuais de cada construção
- Menor custo: apesar da alta qualidade, o custo das peças e da manutenção não é elevado.
- Organização do canteiro de obras: as peças chegam prontas ao canteiro de obras, então não é necessário produzir o concreto e nem as formas para a montagem das lajes, evitando acúmulos, sujeiras e resíduos).
- Peso: o peso sobre a estrutura é menor do que o método tradicional da laje “batida”, mesmo se utilizando lajota cerâmica.
- Meio ambiente: por gerar menor resíduos na obra tem menor agressão ao meio ambiente.
Como é montada a laje treliçada
A montagem da laje pré-moldada deve seguir as orientações do técnico responsável. Mas podemos dizer que pode ser feita da seguinte forma:
1) Escoramento com escora de madeira
– Posicionar as linhas de escoras de madeira e as travessas conforme previsto em projeto; nivelar as travessas (tábuas de 20cm posicionadas em espelho) recorrendo a pequenas cunhas de madeira sob os pontaletes para garantir que a peça não vai ceder;
– Fixar as tábuas de apoio das vigotas na cinta na transversal para facilitar a fixação das escoras;
– O escoramento deve ser contraventado nas duas direções para impedir deslocamentos laterais do conjunto e sobre chão concretado ou sobre calços;
– As tábuas devem ser apoiada em sarrafos para que não cedam com o peso do concreto;
– o espaçamento entre fiadas deve dividir o vão entre as paredes, sendo, no mínimo de 1,50cm.
2) Montagem da estrutura
– Caso o projeto estrutural preveja a adoção de contraflechas (pequena curvatura de compensação em sentido contrário ao peso da laje), adotar escoras de maior comprimento ou calços mais altos nos apoios intermediários, obedecendo a cotas estabelecidas;
– Com o escoramento já executado, apoiar as vigotas nas extremidades, observando espaçamento e paralelismo entre elas; para tanto, utilizar as próprias lajotas (tavelas) para determinar o afastamento entre as vigotas;
– As vigotas devem manter apoio nas paredes ou vigas periféricas conforme determinado no projeto, ou do técnico responsável, com avanço nunca menor do que 6 cm;
– Conferir alinhamento e esquadro das vigotas; apoiar as lajotas sobre as vigotas, garantindo a justaposição para evitar vazamentos durante a concretagem;
– Nas operações de montagem, os trabalhadores devem caminhar sobre tábuas apoiadas na armadura superior das treliças de aço, nunca pisando diretamente sobre as lajotas;
3) Preparação do beiral
– deve ser feita uma retenção com tábuas no entorno de toda a laje na mesma altura que será o concreto;
4) Ferragem (armadura de distribuição)
– Posicionar as armaduras de distribuição em toda a laje, no sentido transversal às vigotas;
– A ferragem e o seu distanciamento deve seguir o determinado pelo técnico responsável, podendo também ser utilizada uma malha de aço;
5) Distribuir os conduítes e caixas de luz e deixar a previsão da parte hidro-sanitária.
6) Concretagem
– Molhar abundantemente as lajotas cerâmicas antes da concretagem para que não absorvam a água de amassamento do concreto;
– Lançar o concreto de forma suave sobre toda a estrutura;
– Fazer um medidor (cano ou cabo de vassoura) para o acompanhamento e confirmação da espessura mínima do concreto. A cobertura mínima de concreto é de 5 cm ou conforme pré definido.
– O acabamento é feito pelos profissionais que fazem a concretagem. É normal que o concreto não fique 100% uniforme. Se for laje para um 2 piso o seu nivelamento será feito pelo contrapiso, se for teto, não há necessidade do nivelamento;
7) Secagem (cura do concreto)
– Enquanto a superfície não atingir endurecimento satisfatório, executar a cura do concreto com água potável;
– Promover a retirada dos escoramentos somente quando o concreto atingir resistência suficiente para suportar as cargas, conforme NBR 14931:2004, que deve ser feita de forma progressiva, e sempre no sentido do centro para os apoios.
– Em geral o tempo de cura é de 28 dias
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